Aminoglicosídeos: mecanismo de ação, precaução e interação

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Os aminoglicósidos ou aminoglicosídeos são antibióticos bactericidas, uma vez que interferem com a síntese de proteínas da bactéria. Estes medicamentos são ativos sobre os bacilos aeróbicos gram-negativos.

A margem de segurança dos aminoglicosídeos é relativamente estreita entre as concentrações terapêuticas e tóxicas.

Em 1944 Waksman e colaboradores descobriram o primeiro aminoglicosídeo – a estreptomicina – que era muito potente e ativo para tratar a tuberculose.

Estreptomiciina

No entanto, muitos outros foram descobertos, nomeadamente:

  • Neomicina – Activa contra bactérias gram negativas aeróbicas (salmonella, escherichia coli, pseudomonas aeroginosa), na sépsis
  • Kanamicina – é útil no tratamento da tuberculose multidroga-resistente
  • Amikacina
  • Gentamicina

Mecanismo de ação dos aminoglicosídeos

Os aminoglicósidos, como referimos, são bactericidas e atuam, resumidamente, em duas etapas principais:

  • Transporte do aminoglicosídeo através da parede celular bacteriana e a membrana citoplasmática;
  • União aos ribossomos que culmina com a inibição da síntese protéica.

Os mecanismos da penetração até o interior da célula bacteriana pode ser feita por vários mecanismos. No entanto, ela depende da polarização da membrana, pH (que deve ser alcalino) e de processos ativos dependentes de oxigênio.

Uma vez dentro da célula bacteriana ela detém a síntese proteica, através da sua afinidade porção 30S-50S dos ribossomos. Nesta porção, os aminoglicosídeos permite uma distorção no reconhecimento de porções de RNAm levando a uma leitura errada do código genético.

Toxicidade ou precaução dos aminoglicosídeos

Ao se administrar os aminoglicósidos é preciso ter cuidado e atenção a sua toxicidade. Os principais efeitos adversos a essa classe de antibióticos são os seguintes:

  • Ototoxicidade – considerado o efeito principal e dependente da dose e duração do tratamento. O fator principal é que os fármacos se concentram no líquido labiríntico, de onde mudam destruindo as células sensoriais vestibulares e os cílios.
  • Nefrotoxicidade – este dano é tubular que leva a perda da capacidade de concentração, baixa velocidade de filtração glomerular, retenção de nitrogénio, allbuminúria e presença de sedimentos cilíndricos na urina.
  • Bloqueio neuromuscular – os aminoglicosídeos reduzem a liberação da acetilcolina nos terminais dos nervos motores, interferem na mobilização das vesículas sinápticas.

As precauções de uso desses fármacos deve ser evitado na gravidez, devido ao risco de ototoxidade fetal. Deve-se ter cuidado o uso dos aminogicósidos em pessoas idosas ou com dano renal. Nunca usar, na mesma seringa de infusão, um aminoglicósido e outros agentes ou fármaco.

Interações farmacológicas

Não se deve administrar aminoglicosídeos juntamente com outros fármacos ototóxicos como diuréticos de asa ou minociclina.

É arriscado o emprego concorrente com outros fármacos nefrotóxicos, como anfotericina B, vancomicina, ciclosporina e cisplatino.

Deve se ter cuidado o uso desses antibióticos com os relaxantes musculares.

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