Concepção hermenêutica ou interpretativa das ciências

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Concepção hermenêutica ou interpretativa

A ciência da modernidade só considerava conhecimento científico a física e a matemática. Porém, a partir do século XIX Dilthey fez a distinção entre as ciências da natureza e do espírito; Segundo o Dilthey (1966) essa distinção baseia-se exclusivamente devido a que os processos que têm lugar na experiência interna do ser humano não podem subordinar-se nem ser explicados a partir da experiência externa, necessariamente acontece isso devido a autonomia e imprevisibilidade da liberdade.

A hermenêutica está centrada na arte da interpretação e isso inclui, não apenas os textos escritos, mas também formas verbais e não verbais de comunicação, assim como aspectos que afetam a comunicação, como proposições, pressupostos, o significado e a filosofia da linguagem e semiótica.

Neste sentido, entendamos que a concepção interpretativa ou hermenêutica das ciências sociais humanas não se preocupa a explicar fênomenos observados e também não se ocupa na previsão das realizações humanas futuras, mas de formas exclusiva procura compreender, interpretando, as ações humanas, os factos sociais e a cultura.

A hermenêutica afirma que para uma determina situação e em um determinado contexto poderá haver explicações diferentes dependendo de quem os interpreta.

A acção humana tem uma razão de ser, pois, de outro modo, não teria sentido a decisão, a deliberação humana. Este é o processo pelo qual uma pessoa escolhe uma ou outra ação e um modo ou outro de realizá-la, visando alguns fins, e estes são, portanto, a razão de ser de seu obrar. A isto se chama causalidade final, porque procura descobrir o sentido.

Poesis e praxis: uma chave para compreender paradigmas

O que trataremos nesta rúbrica é a distinção aristotélica de poesis e praxis. A poesis (produção) está relacionada com a técnica, enquanto que a praxis faz referência à ação moral.

“O fim da produção é distinto dela, mas o da ação não pode sê-lo” (Aristóteles,1970). Podemos dizer que o resultado é obtido pela actividade do homem, porém esta actividade não modifica quem a realiza. O contrário acontece na praxe  uma vez que o sujeito é transformado pela ação.

Para uma compreensão melhor do que deixámos dito anteriormente, vejamos o que Tomás de Aquino diz quando procurou distinguir a ação transitória e ação imanente. Ora vejamos:

Ação transitória – é um movimento que tem como objetivo algo diferente ao próprio movimente e uma vez alcançado o objectivo o movimento cessa. Podemos exemplificar isso como o construir uma casa, depois que eu terminar de construir terei a casa e este é o meu objetivo – casa – e não o construir. Podemos entender que a ação transitória é semelhante a poesis de Aristóteles.

Ação imanenteAqui o movimento é interno e é próprio do sujeito, ou seja o objetivo é o movimento que acaba transformado o sujeito. A exemplo disto temos o acto de ir em busca do conhecimento, no final entendemos que o sujeito acaba sendo transformado pelo próprio conhecimento que ele adquir no movimento ou acto da busca e isto está em consonância do que falamos a respeito da praxis ser a ação moral e isso contribui ao fazer-se humano.

Como podemos distinguir anteriormente de que as ciências humanas lidam com a casualidade final muito ligada a proxis das ciências da natureza que lidam com a casualidade eficiente. Cheguemos mais a fundo nessas distinções ao compreender a diferenças entre péras e télos.

Segundo Arstóteles o fim como péras tem o significado de término, de limite, enquanto que o fim como télos tende a orientar a própria ação, naqual estamos inseridos desde o começo. Se na primeira afirmação é possível ter algo totalmente quando se chega no limete, na segunda afirmação quase que nunca se tem totalmente, isto quer dizer no télos tem-se totalmente, mas em um certo grau.

Neste sentido podemos concluir que nas ciências da natureza temos uma produção que objetiva obter um produto que é a nossa meta (péras) e obedece ao movimento transitório ou externo; enquanto que nas ciências da humanidade a ação humana é ética, com divrsos graus de cumprimento, isto é, busca permanentede sentido e não do produto acabado que considere o processo para alcançá-lo só como um meio destacável ao obter o que pretende.

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