O Bitcoin que você conheceu não existe mais

Criptomoedas
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Segundo um relatório da cointimes, o Bitcoin que você conheceu não existe mais. Isso ocorre porque parece que a criptomoeda tende a se institucionalizar e a se parecer cada vez mais com ativos normais do mercado.

Nessa semana (08/06/2020), a economia mundial está dando sinais de recuperação após o COVID-19. Os principais mercados do mundo foram surpreendidos com a baixa taxa de desemprego norte-americana e com a rápida recuperação das empresas.

Indicadores das mudanças do Bitcoin

O Bitcoin permanece sendo o ativo que melhor performou nessas últimas semanas, mesmo com esse momento positivo do mercado tradicional. Apesar disso, o que se observou nos últimos 15 dias foram movimentos lateralizados da criptomoeda, o que indica uma grande indecisão do mercado.

Outro indicador que evidencia de que o Bitcoin que você conheceu não existe mais é o sentimento do mercado, que está em uma zona neutra nas duas últimas semanas, mantendo-se aberto em relação aos próximos passos do preço do Bitcoin.

A volatilidade do mercado também está em baixa no médio prazo. Quando observa-se este indicador no período de 30 dias, percebe-se que o mercado encontrou uma zona estável entre 3,6% a 4,2% de volatilidade, um comportamento semelhante ao preço do Bitcoin que há semanas está variando entre os 10.000 USD e os 8.750 USD.

O Bitcoin que você conheceu não existe mais
Gráfico de volatilidade BTC-USD (fonte: Mercurius Monday, cointimes

Todos esses comportamentos reforçam a ideia de que o Bitcoin vive um momento de estabilidade um mês pós o Halving do Bitcoin, algo que não era esperado pelo mercado, visto que antes do Halving havia uma grande euforia em relação a uma possível nova Bull Run, consequentemente uma expectativa de aumento de volatilidade do ativo, reforçado pelo histórico pós Halving.

Esse comportamento supreendenete reforça a tese que o mercado de criptomoedas, em especial o mercado do Bitcoin, amadureceu e tornou-se mais racional ao longo dos últimos 4 anos.

Essa tese de amadurecimento do mercado cripto é o tema do nosso report dessa semana, onde analisamos como a entrada de capital institucional de grandes empresas no segmento de mineração e investimentos em criptomoedas pode estar influenciando o mercado como nunca antes visto. Possivelmente, o Bitcoin que você conheceu em 2017 pode não existir mais.

Porque será que o Bitcoin que você conheceu não existe mais?

Lembremos um pouco do episódio passado. Grande parte dos investidores de criptomoedas conheceram o Bitcoin em 2017.

Naquele momento, estávamos vivendo a bolha das criptomoedas com o criptoativo atingindo sua maior cotação da história (U$ 20.000,00)

Esse fato ocorreu pouco mais de um ano após o Halving, um período de grande euforia que foi sucessivo pelo BearMarket mais longo da história do ativo em 2018.

Em 2020 estamos vivendo um momento semelhante ao de 2016: diversas pessoas eufóricas por conta do Halving e uma grande expectativa de uma nova Bull Run que valorizaria a criptomoeda a preços superiores que 2017.

Porém, o que diversos investidores ainda não perceberam foi que o Bitcoin mudou.

O Bitcoin que você conheceu em 2017 não existe mais! Atualmente a moeda digital é um ativo bem mais maduro, institucionalizado e estável, sendo um anacronismo esperar que a criptomoeda realize movimentossemelhantes aos que ocorreram em 2012 e 2016.

A evolução tecnológica na mineração é notória. Em 2016, a rede do Bitcoin era difusa, composta por um misto de pools de mineração e mineradores independentes.

Muitos ainda utilizavam tecnologias arcaicas para minerar Bitcoins, o que tornava a atividade pouco lucrativa e muito dependente do preço do ativo (tornando a rede instável e fazendo com que a mineração do Bitcoin fosse semelhante ao da corrida do ouro no século XIX).

Em 2020, mais de 90% da rede do Bitcoin é controlada por grande pools de mineração que funcionam como grandes instituições.

Essas instituições buscam sempre a eficiência e o controle da rede, com alto investimento para desenvolvimento de equipamentos específicos para mineração (ASICs) que tornaram a atividade muito lucrativa e pouco
dependente do preço.

Houve assim, um impacto direto da Hash Rate, que aumentou 140 vezes entre 2016 a 2020, o que tornou a criptomoeda muito mais segura e estável.

Essa mudança na estrutura da rede do Bitcoin possui dois impactos diretos no ativo no curto prazo:

  1. O primeiro é o oligopólio da mineração que tornará a atividade centralizada em poucas empresas que possuem um grande capital para investir em tecnologia;
  2. A segunda é o crescimento exponencial da Hash Rate (taxa ligada a segurança do ativo) visto que cada vez mais se desenvolve ASICs mais eficientes, o que permite o aumento da Hash Rate sem o aumento do consumo de energia elétrica.
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