Piperacilina e tazobactam: usos, reação adversa e interações

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Piperacilina e tazobactam é uma penicilina de amplo espectro, pertence ao grupo das ureidopenicilinas, ativas contra a Klebsiella e com acentuada ação contra Pseudomonas.

Portanto, é eficaz contra bactérias gram-negativas, gram-positivas, bactérias anaeróbicas, bem como espécies bacteróides como: B. fragilis, B. vulgatus, B. espécies de asaccharolyticus, Clostridium perfringens e C. difficile, Eubacterium, Fusobacterium.

Este medicamento geralmente é encontrado em ampolas para administração endovenosa ou intramuscular. Contudo, as ampolas podem conter 4 g de piperacilina e 0.5 g tazobactam.

Também é possível encontrar frascos ampola de dose única que contém piperacilina sódica equivalente a 1 g de piperacilina e tazobactam sódico equivalente a 250 mg de tazobactam.

Mecanismo de ação

A piperacilina é um antibiótico β-lactâmico, é uma penicilina antipseudomônica, causa inibição da síntese de peptidoglicano a partir da parede bacteriana (PBPs).

Portano, a inibição depende da capacidade da penicilina de alcançar e se ligar às proteínas de ligação à penicilina, localizadas na membrana interna da parede bacteriana.

PBPs (que incluem transpeptidases, carboxilases e endopeptidases) são enzimas envolvidas nos estágios finais da montagem da parede bacteriana e na sua remodelação durante seu crescimento e divisão. As penicilinas ligam e inativam PBPs, resultando em enfraquecimento e lise da parede bacteriana.

fórmula química de piperacilina e taxobactam

O tazobactam é um inibidor de β-lactamases, especialmente aqueles gerados por plasmídeos. Por outro lado, o tazobactam, como o clavulanato ou o sulbactam, não tem efeito antibiótico per se.

É um inibidor da beta-lactamase, uma enzima produzida por certos germes que inativa as penicilinas. Entretanto, ela tem pouca ação contra a beta-lactamase cromossômica induzível por enterobactérias, mas possui atividade aceitável contra as induzidas por plasmídeos.

Indicações da piperacilina e tazobactam

Este medicamento é reservado para o tratamento intra-hospitalar de infecções graves por Pseudomona aeruginosa e outros bacilos gram-negativos resistentes. Também é eficaz contra estafilococos produtores de penicilinase.

O espectro da atividade antibacteriana é comparável ao meropenem. É indicado também no tratamento de infecções polimicrobianas, incluindo aquelas causadas por aeróbios, anaeróbicos e gram-positivos e gram-negativos do trato respiratório inferior, da pele e intra-abdominal.

É particularmente útil no tratamento empírico de infecções graves antes que os testes de sensibilidade estejam disponíveis, devido ao seu amplo espectro de atividade.

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Dosagem da piperacilina e tazobactam

A administração da piperacilina e tazobactam em adultos e crianças com mais de 12 anos pode ser feita da seguinte forma:

  • endovenosa 2-4 g (de piperacilina) de 6/6 ou 8/8 h administradas durante 3-5 min ou por perfusão endovenosa em 50 mL de dextrose a 5% ou cloreto de sódio a 0.9% durante 20-40 min. A dose máxima diária é de 24 g.
  • intramuscular 2 g de 8/8-12/12 h ou seja 4-6 g/dia.
  • Em crianças de 2 meses a 12 anos: endovenosa 50-100 mg/kg de 6/6-8/8 h (máximo de 2-4 g). Já para crianças com menos de 2 meses: endovenosa 50-100 mg/kg de 12/12 h.

Ao administrar esta combinação de antibiótico é preciso ter em mente de que o tazobactam é um inibidor da b-lactamase e torna por isso a acção da piperacilina extensiva às bactérias produtoras de b-lactamases.

Nas infecções graves e com o uso de doses superiores a 2 g deve-se administrar a piperacilina e tazobactam por via endovenosa. Reduzir a dose nos doentes com insuficiência renal.

A associação com os aminoglicósidos produz efeitos sinérgicos e é recomendável nas infecções graves (sépsis por pseudomonas especialmente em doente neutropénico ou com endocardite). Entretanto, não misturar na mesma seringa ou perfusão a piperacilina e tazobactam com aminoglicósidos.

Efeitos secundários

O conteúdo elevado de sódio pode provocar retenção de fluídos e hipokaliemia. A piperacilina tem o potencial para produzir diátese hemorrágica. Raramente pode ocorrer dispepsia, estomatite, hepatite, hipotensão, hipoglicemia e síndrome de Stevens-Johnson.

Também foram notificados leucopenia, neutropenia e trombocitopenia. Contudo, Outros efeitos incluem: tromboflebite, excitação neuromuscular com doses elevadas, icterícia colestática, diarreia sanguinolenta e elevação reversível da ureia e creatinina.

Reações adversas detalhado

Reação muito comum (ocorre em 10% ou mais dos pacientes que utilizam este medicamento): diarreia.

Reações comuns (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): infecção por Candida, trombocitopenia (diminuição das células de coagulação do sangue: plaquetas), anemia (diminuição da quantidade de células vermelhas no sangue: hemácias),

insônia, cefaleia (dor de cabeça), dor abdominal, vômitos, constipação (prisão de ventre), náusea (enjoo), dispepsia (má digestão), erupções (lesões) cutâneas, prurido (coceira), pirexia (febre), reação no local da injeção, aumento da alanina aminotransferase (ALT ou TGP: enzima do fígado), aumento da aspartato aminotransferase (AST ou TGO: enzima do fígado),

diminuição da proteína total, redução da albumina sanguínea, teste de Coombs direto positivo, aumento da creatinina sanguínea (substância eliminada pela urina cujo aumento no sangue indica que há algum problema no funcionamento dos rins), aumento da fosfatase alcalina sanguínea, aumento da ureia sanguínea, prolongamento do tempo de tromboplastina parcial ativada (resultado de exame que indica diminuição na velocidade de coagulação do sangue).

Reações incomuns da piperacilina e tazobactam

Ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento: leucopenia (redução das células de defesa no sangue), hipocalemia (potássio sanguíneo baixo), hipotensão (pressão baixa), flebite (inflamação da veia), tromboflebite (inflamação da veia com formação de coágulos), rubor (vermelhidão na pele), eritema multiforme (manchas vermelhas, bolhas e ulcerações em todo o corpo).

No entanto, também pode ocorrer urticária (alergia da pele), erupção maculopapular (pequenas lesões vermelhas arredondadas e/ou manchas vermelhas na pele), artralgia (dor nas articulações), mialgia (dor muscular), calafrios, diminuição da glicose sanguínea, aumento da bilirrubina sanguínea (substância resultante da destruição e metabolização da célula sanguínea), prolongamento do tempo de protrombina (resultado de exame que indica a diminuição no tempo de coagulação do sangue).

Reações raras (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): colite pseudomembranosa (infecção do intestino por bactéria da espécie C. difficile), agranulocitose (ausência de células de defesa: neutrófilos, basófilos e eosinófilos), epistaxe (sangramento nasal), estomatite (inflamação da mucosa da boca), necrólise epidérmica tóxica (descamação grave da camada superior da pele).

Interações medicamentosas da piperacilina e tazobactam

  • doxiciclina, democlociclina, minociclina, oxitetraciclina, tetraciclina, vacinas vivas atenuadas: efeitos reduzidos pelo antagonismo farmacodinâmico.
  • Ácido ascórbico, probenecide, metrotexato, cefaclor, cefadroxil, cefamandol, cefazolina, cefdinir, cefepima, cefixima cefoperazona, cefotaxima, cefotetan, cefoxitina, ceftazidina, ceftriaxona, cefalexina, cefazina, cefazina micofenolato: aumenta as concentrações de ambos diminuindo a depuração renal.
  • Dalteparina, enoxaparina, heparina, varfarina, protamina: aumenta o metabolismo desta droga. Ácido acetilsalicílico, diclofenaco, ibuprofeno, indometacina, cetoprofeno, cetorolaco, naproxeno, piroxicam, sulfazalazina: Aumento das concentrações plasmáticas de ambos pela competição com o local de ligação às proteínas e pela diminuição da depuração renal.
  • Estrogênios, contraceptivos orais, dietilestibestrol, estradiol, etinilestradiol, estrogênios conjugados e similares, digoxina: diminui o nível ou os efeitos devidos à alteração da flora intestinal.
  • A piperacilina e tazobactam aumenta o efeito da espironolactona.
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