A cromatografia pode ser definida como um processo de análise imediata por migração diferencial dos componentes de uma mistura, dentro do sistema cromatográfico.
Esse sistema deve, por si só, possuir três componentes: a mistura a ser analisada (amostra), a fase fixa e a fase móvel.
Muitas vezes a fase fixa (ou estacionária) pode dizer ser ela um meio constituído por um sólido poroso, cuja função é reter os solutos.
Enquanto a fase móvel é assim designada por ser ele um solvente (eluente) que flui através da fase estacionária, permitindo assim o deslocamento dos solutos.
O primeiro fenómeno que descrevemos designamos sorção e o segundo é designado dessorção.
Para além do que estamos a tratar aqui, temos que considerar o que chamamos muitas vezes de migração diferencial que seria o movimento de diferentes compostos químicos dentro da fase estacionária a velocidades diferentes, esta diferença é dependente das características dos mesmos componentes.
Sendo por isso importante para identificação dos diferentes tipos de substâncias existentes em uma mistura.
O importante a ser percebido na cromatografia é com respeito ao seu funcionamento, sendo necessárias as seguintes condições:
- A proporção da mistura e da fase fixa sendo de 1 : 100 : 3000, sujeita a ajustes posteriores em função da experiência;
- O material a ser separado deve ser bem solúvel para facilitar o seu fluxo;
- O material deve ser ligado, reversivelmente, à fase fixa, para que possa haver retardamento na migração do soluto (por adsorção, por dissolução, por reação ácido-base, pelo tamanho molecular, etc.);
- A mistura deve ser distribuída no ponto de partida em faixa tão estreita quanto possível;
- As velocidades de migração dos solutos devem ser diferentes;
- A velocidade do fluxo deve ser adequada à velocidade de troca do soluto entre fase móvel e a fase fixa;
- O percursor deve ser suficientemente longo para permitir a separação das faixas por diferença de velocidade.
Podemos também trazer aqui, em jeito de curiosidade, alguma definição da adsorção;
Na adsorção as moléculas de um líquido (fase móvel) unem-se à superfície do adsorvente (fase estacionária sólida). As forças que unem a molécula à superfície são as interações moleculares.
O grau de adsorção depende da temperatura, da pressão, da área da superfície e da força das interações moleculares.
É importante ressaltar que Absorção é diferente de Adsorção. Na Absorção, uma substancia se infiltra na outra, enquanto que a Adsorção é apenas superficial.
Preparação da placa da cromatografia
Existem várias formas bastante simples de preparar a placa. Uma delas consiste em preparar a suspensão do adsorvente no solvente adequado (na maioria das vezes o dispersante utilizado é a água) e, mantendo-se a placa de vidro na posição horizontal transferir a suspensão para a superfície da placa, espalhando-se de maneira uniforme manualmente (com um bastão de vidro) ou com o auxílio de um espalhador. A dificuldade encontrada nesse processo é a obtenção de superfícies uniformes.
Após a deposição, deixa-se a placa secar ao ar. A etapa final é a transferência da placa para uma estufa por um determinado tempo para que ocorra a sua ativação; o tempo e a temperatura dependem do adsorvente usado e da atividade desejada.
A sílica, por exemplo, é ativada a 105 -110 °C por 30 a 60 minutos. A espessura da camada de sílica a ser depositada é de 0,25 mm para placas analíticas e de 1,0 mm para placas preparativas.
As placas devem ser: inertes aos reagentes e solventes, resistentes à temperatura e uniformes.
Também existem placas cromatográficas pré-fabricadas dos adsorventes mais utilizados que estão disponíveis no mercado há algum tempo.
Apesar de terem custo bem mais elevado, dispensam a fase de preparação e são bem mais uniformes e homogêneas, o que melhora a separação, nessas placas a camada de adsorvente está depositada sobre uma lâmina de material plástico, alumínio ou vidro.