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DOPAMINA

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APRESENTAÇÃO:

Ampola de 200 mg/5 mL

MECANISMO DE AÇÃO:

A dopamina é um agente adrenérgico precursor da norepinefrina que estimula receptores dopaminérgicos, beta1-adrenérgicos e alfa-adrenérgicos, dependendo da dose utilizada. Doses baixas de dopamina (0,5 a 2mcg/kg/min) estimulam os receptores dopaminérgicos a provocar vasodilatação cerebral, renal e mesentérica, mas o tônus venoso é aumentado em decorrência da estimulação alfa-adrenérgica. O débido urinário pode aumentar, mas a frequência cardíaca e a pressão arterial geralmente não se alteram. Com taxas de infusão de 2 a 10mcg/kg/min, a dopamina estimula os receptores beta1 e alfa-adrenérgicos. A estimulação beta1-adrenérgica aumenta o débito cardíaco, que parcialmente antagoniza a vasoconstrição por estímulo alfa-adrenérgico. Em consequência, ocorre aumento do débito cardíaco e discreto aumento da resistência vascular sistêmica. Com doses acima de 2,5mcg/kg/min a dopamina produz substancial aumento no tônus venoso e na pressão venosa central. Com velocidade de infusão maior do que 10mcg/kg/m in os efeitos alfa-adrenérgicos da dopamina predominam, o que resulta em vasoconstrição renal, mesentérica, arterial periférica e venosa, com aumento expressivo da resistência vascular sistêmica e pulmonar, com consequente aumento da pré-carga. Taxas de infusão superiores a 20mcg/kg/min produzem efeitos hemodinâmicos semelhantes aos da norepinefrina, predominando a estimulação de receptores alfa de dopamina, causando vasoconstrição e prevalecendo os efeitos dopaminérgicos, revertendo a vasodilatação renal (diminuição do fluxo sanguíneo renal) e a natriurese. A ação inotrópica da dopamina no coração está associada com um menor efeito de aceleração cardíaca e uma incidência mais baixa de arritmias.

VIA DE ADMINISTRAÇÃO:

Perfusão E.V. com bomba de infusão

INDICAÇÕES:

(1) Choque cardiogénico devido a enfarte do miocárdio, cirurgia cardíaca, insuficiência renal ou septicemia após adequado preenchimento vascular.

(2) Tratamento de curta duração da insuficiência cardíaca refractária.

DOSES:

(1)Adultos: a) 1 a 5 µg/kg/min: efeito vasodilatador renal. b) 6 a 10 µg/kg/min: efeito inotrópico positivo. c) Acima de 10 µg/kg/min, ao efeito inotrópico associa-se um efeito vasoconstritor periférico com aumento da pós-carga.

(2) Crianças: perfusão E.V., iniciar com 5 µg/kg/min, aumentar gradualmente até 15 µg/kg/min de acordo com as necessidades.

EFEITOS SECUNDÁRIOS:

Com relativa frequência ocorrem náusea, vómitos e cefaleia.As doses baixas podem provocar hipotensão. Vasoconstrição e hipertensão podem ocorrer com doses elevadas. Ocasionalmente provoca taquicardia, extra-sístoles, bradicardia e angina. A extravasão da solução provoca com frequência necrose isquémica dos tecidos. Pode ocorrer gangrena das extremidades após doses elevadas por longos períodos de tempo em doentes com choque severo.

CONTRA-INDICAÇÕES:

Feocromocitoma e taquiarritmias.

FARMACOCINÉTICA:

O início da atividade da dopamina após administração intravenosa (efeito dopaminérgico) é de 5 minutos e a duração do efeito de uma dose única é de 10 minutos.
A meia-vida de distribuição da dopamina é de 1,8 minutos, a uma taxa de infusão de 1 a 20mcg/kg/min por 1 a 6 dias (criança de 3 meses a 13 anos) e o volume de distribuição aparente varia de 1,81 a 2,4 5L/Kg.
Em estudos com animais, comprovou-se que a dopamina atravessa a barreira placentária.
Em crianças, cruza a barreira hematoencefálica, embora em adultos isto não ocorra de forma significante.
Setenta e cinco por cento de uma dose é metabolizada no fígado, rins e plasma em ácido homovanílico inativo, e 25% é metabolizada em epinefrina nas terminações nervosas adrenérgicas.
Parecem existir marcantes diferenças na taxa de degradação metabólica da dopamina exógena em função da idade e da concentração em crianças gravemente doentes, o que determina variações interindividuais nas concentrações plasmáticas de equilíbrio em pacientes recebendo taxas de infusão similares.
Em queimados, o metabolismo encontra-se diminuído e a utilização da dopamina parece ser aumentada.
Cerca de 80% do fármaco é excretado pela urina como ácido homovanílico e seus metabólicos da epinefrina, em 24 horas; uma pequena parte é excretada de forma inalterada.
A meia-vida plasmática foi de 2 minutos e a meia-vida de eliminação em crianças foi de 26 minutos e em lactentes, foi de 7 minutos.

Interações medicamentosas de Cloridrato de Dopamina

-Pacientes em uso de inibidores da monoamino-oxidase (como a isocarboxazida, o cloridrato de pargilina, o sulfato de tranilcipromina e o sulfato de fenelzina) devem ser tratados com um décimo da dose usual de Cloridrato de Dopamina, uma vez que os IMAOs podem potencializar os efeitos do Cloridrato de Dopamina.
-Antidepressivos tricíclicos podem potencializar o efeito cardiovascular de agentes adrenérgicos.
-Agentes com efeitos hemodinâmicos similares (por exemplo, os efeitos iniciais do tosilato de bretílio) podem ser sinérgicos à dopamina. Pacientes recebendo fenitoínas podem apresentar hipotensão durante a ad ministração do Cloridrato de Dopamina.
-O produto deve ser usado com extrema cautela durante anestesia com ciclopropano, halotano ou outros anestésicos voláteis, uma vez que estes aumentam a sensibilidade do miocárdio, podendo ocorrer arritmias ventriculares.
-A administração concomitante de doses baixas de dopamina e diuréticos pode produzir um efeito aditivo ou potencializador do aumento de fluxo urinário.
-O uso concomitante de vasopressores (como ergonovina) e algumas drogas ocitócicas pode resultar em hipertensão grave.
-Efeitos cardíacos da dopamina são antagonizados por bloqueadores beta-adrenérgicos, tais como o propranolol e o metoprolol.
-A vasoconstrição periférica causada por altas doses de dopamina é antagonizada por bloqueadores alfa-adrenérgicos.
-O Cloridrato de Dopamina não deve ser adicionado a soluções que contenham bicarbonato de sódio ou outras soluções alcalinas intravenosas, uma vez que a droga é lentamente inativada em pH alcalino. Porém, a cinética dessa reação é suficientemente lenta para que o Cloridrato de Dopamina e as soluções alcalinas (aminofilina, fenitoínas, bicarbonato de sódio, etc), administradas em curto período, possam ser injetadas pelo mesmo cateter venoso.
-O Cloridrato de Dopamina apresenta incompatibilidade com furosemida, tiopental sódico, insulina, ampicilina e anfotericina B; misturas com sulfato de gentamicina, cefalotina sódica ou oxacilina sódica devem ser evitadas.
– O Cloridrato de Dopamina pode determinar níveis falsamente elevados de glicose com o uso de aparelhos manuais que usam métodos eletroquímicos de análise.

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