Podemos definir antídoto como substância capaz de neutralizar ou reverter o efeito de um agente tóxico incluindo aquelas substâncias ou fármacos que diminuem a quantidade de toxicante do organismo, diminuindo a absorção ou aumentando a eliminação.
Para o uso de um antídoto há que considerar os seguintes passos de prioridade (a sequência deve ser considerada):
- Medidas de suporte e reanimação;
- Diminuição da absorção;
- Administração de antídotos;
- Aumento da excreção; e
- Medidas não específicas.
Existe pouca literatura científica que trata de antídotos. Só para se ter uma idéia existem aproximadamente 50 antídotos para quase 150 substâncias e elas podem, segundo a International Programme for Chemical Safety (IPCS), classificar-se em:
- Grupo I: antídotos;
- Grupo II: agentes utilizados para evitar a absorção de substâncias tóxicas, activar a eliminação ou tratar sintomaticamente seus efeitos nas funções orgânicas;
- Grupo III: Outros agentes terapêuticos úteis na toxicologia para o tratamento de sintomatologia associada a intoxicação:, como o diazepam, heparina, bicarbonato de sódio e salbutamol.
- Grupo IV: inclui antídotos e agentes afins que actualmente se consideram obsoletos, como ácido tióctico para as amanitinas.
Além desta classificação, existe uma outra que é de acordo com a sua acção farmacológica.
Tipos de antídotos
Os antídotos antagonistas farmacológicos exercem sua ação bloqueiandoreceptores específicos (naloxona, atropina), inibindo o metabolismo do toxicante a um produto mais tóxico (etanol) ou mesmo potenciando a desintoxicação endógena (n-acetilcisteina, pralidoxima).
Já os agentes que formam complexos inertes actuam neutralizando os efeitos do tóxico favorecendo sua eliminação. Por exemplo, os quelantes como a deferoxamina, dimercaprol e o EDTA dissódico cálcico; os antisoros; antitoxinas e fragmentos anticorpos.
Outros antídotos agem de forma não específica como acontece com a piridoxina que age substituindo o cofator depreciado pela isoniazida, reduzindo desta forma as convulsões produzidas pela isoniazida.
Uso racional de antídoto
Podemos considerar há uso racional de antídotos quando houver uma indicação específica e também quando quando o seu uso justifica os benefícios contra os riscos associados a sua contraindicação, para mais detalhes clique aqui.
O uso dos antídotos foi associado à redução da morbi-mortalidade de algumas intoxicações, no entanto, não há isenção de riscos e estes não existem para a maioria dos agentes tóxicos.
Os princípios básicos para o seu uso não difere para crianças ou mesmo para adultos. Geralmente o uso dos antídotos está ligado à:
- Especificidade de ação contra o toxicante;
- Estado clínico e/ou analítica toxicológica; e
- Determinação do risco-benefício.