Retinopatia diabética: o que é? Estágios, causas e tratamento

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A retinopatia diabética é considerada uma complicação da diabetes. Seus sintomas podem incluir dor ou vermelhidão dos olhos, visão turva e perda da visão. Dependendo do estágio, seu tratamento pode incluir programas de controle do nível do açúcar no sangue ou uma cirurgia.

O que é retinopatia diabética?

Retinopatia diabética é causada por níveis elevados de açúcar no sangue que danificam a retina (Fig. 1), que a parte posterior do olho. Ela pode causar cegueira se não for diagnosticada e tratada, mas geralmente isso pode levar vários anos.

Estrutura do olho humano
Fig. 1. Estrutura do olho humano. A retina é a parte atrás do olho, depois do nervo óptico.

Para minimizar o risco da perda da visão, pessoas que têm diabetes devem:

  • Controlar os seus níveis de açúcar no sangue, pressão arterial e colesterol;
  • Fazer exames de olhos rotineiramente, geralmente são feitos anualmente para pessoas com diabéticas com 12 anos ou mais.

Sintomas de retinopatia diabética

olho com retinopatia diabética

Normalmente, as pessoas têm dificuldades de notar retinopatia diabética no seu início, porque ela não apresenta algum sintoma óbvio até que ela esteja mais avançada.

No entanto, os primeiros sinais da doença são detectados durante um exame oftalmológico, principalmente quando um oftalmologista tira fotos dos olhos.

Contudo, os sinais e sintomas podem incluir:

  • visão turva ou irregular
  • dor nos olhos ou vermelhidão
  • piora gradual do problema da visão
  • perda repentina de visão
  • formas flutuando em seu campo de visão

Esses sintomas não significam necessariamente que você tem retinopatia diabética, mas é importante procurar seu médico logo que você as apresentar.

Estágios da retinopatia diabética

Retinopatia de fundo

Na retinopatia diabética do fundo, também conhecida como estágio inicial, são observadas pequenas protuberâncias (microaneurismas) nos vasos sanguíneos da retina. Desse lugar podem vazar pequenas quantidades de sangue. Isso é muito comum em pessoas com diabetes .

Portanto, durante este estágio a sua visão não é afetada, embora haja grande risco maior de desenvolver problemas de visão no futuro. Entretanto, se os dois olhos forem afetados existem mais de 25% de chances de progredir para os estágios abaixo, dentro de três anos.

Contudo, nesta fase o tratamento pode não ser necessário, mas se deve tomar cuidado para evitar que o problema piore.

Retinopatia diabética pré-proliferativa

No segundo estágio da retinopatia, são observadas na retina alterações mais graves e generalizadas. Isso inclui o sangramento na retina.

Portanto, pessoas com retinopatia pré-proliferativa apresentam maior risco de perda da visão. Geralmente essas pessoas são aconselhadas a ter triagens com mais frequências, ou seja, a cada três ou seis meses.

Retinopatia diabética proliferativa

No estágio proliferativo, a retina pode apresentar novos vasos sanguíneos e tecido cicatricial. Neste sentido, pode ocorrer sangramento significativo, levando assim ao descolamento da retina (onde a retina se afasta da parte de trás do olho).

O risco da perda da visão também é muito alto. Geralmente, o tratamento é oferecido para estabilizar visão, embora se saiba que é impossível restaurar uma visão já perdida.


Maculopatia diabética

Em alguns casos, os vasos sanguíneos na mácula (a área central da retina, Fig. 1) também podem vazar ou ficar bloqueados. Essa doença é conhecida como maculopatia diabética.

Quando este mal é detectado, as pessoas apresentam alto risco de perda da visão. Por isso os médicos aconselham a fazer testes especializados mais frequentes para monitorar seus olhos.

Causas

Com o tempo, o excesso de açúcar no sangue pode levar ao bloqueio dos minúsculos vasos sanguíneos que alimentam a retina e assim interrompem o suprimento de sangue. Como resultado, o olho tenta desenvolver novos vasos sanguíneos. Mas esses novos vasos sanguíneos não se desenvolvem adequadamente e podem vazar (sangrar) facilmente.

Durante a retinopatia diabética não-proliferativa, as paredes dos vasos sanguíneos da retina enfraquecem. Pequenas protuberâncias se projetam das paredes dos vasos menores, às vezes vazando fluido e sangue para a retina.

Os vasos retinianos maiores podem começar a dilatar-se e tornar-se também de diâmetro irregular. À medida que mais vasos sanguíneos são bloqueados, essa retinopatia pode progredir de leve a grave

Às vezes, o dano aos vasos sanguíneos da retina leva ao acúmulo de líquido (edema) na parte central (mácula) da retina. Se o edema macular diminuir a visão, é necessário tratamento para prevenir a perda permanente da visão.

Contudo, a retinopatia diabética pode progredir para a fase proliferativa, onde os vasos sanguíneos danificados se fecham, causando o crescimento de novos vasos sanguíneos anormais na retina. Esses novos vasos sanguíneos são frágeis e podem vazar para a substância transparente e gelatinosa que preenche o centro do olho (vítreo).

Eventualmente, o tecido cicatricial do crescimento de novos vasos sanguíneos pode fazer com que a retina se desprenda da parte de trás do olho. Se os novos vasos sanguíneos interferirem com o fluxo normal de fluido para fora do olho, a pressão pode aumentar no globo ocular. Esse acúmulo pode danificar o nervo óptico que transporta as imagens do olho para o cérebro, resultando em glaucoma.

Fatores de risco

Qualquer pessoa com diabetes pode desenvolver retinopatia diabética. O risco de desenvolver a doença ocular pode aumentar como resultado de:

  • Ter diabetes há muito tempo
  • Controle insuficiente do seu nível de açúcar no sangue
  • Pressão alta
  • Colesterol alto
  • Gravidez
  • Uso do tabaco
  • Ser negro, hispânico ou nativo americano

Tratamento da retinopatia diabética

O tratamento da retinopatia diabética depende muito do tipo ou do estágio e da gravidade dela. Por exemplo, na fase inicial o tratamento é voltado para retardar ou interromper a progressão da doença.

Neste sentido, quando a retinopatia diabética é leve ou moderada, um bom controle do açúcar no sangue geralmente pode retardar a progressão.

Tratamento da fase proliferativa ou edema macular

Dependendo dos problemas específicos com sua retina, as opções podem incluir:

Medicamentos injetáveis para olho

São exemplos os inibidores do fator de crescimento endotelial vascular, como a ranibizumabe, bevacizumabe e aflibercepte. Estes medicamentos ajudam a interromper o crescimento de novos vasos sanguíneos e diminuir o acúmulo de líquido.

Para serem aplicadas na vítrea do olho, é necessário uso de anestesia tópica. No entanto, as injeções podem causar queimação, lacrimejamento ou dor, por 24 horas após a injeção. Além disso, é possível ocorrer aumento da pressão ocular e infecção.

Tratamento a laser focal

A fotocoagulação, ou tratamento a laser focal, pode interromper ou retardar o vazamento de sangue e fluido no olho. Ou seja, Durante o procedimento, vazamentos de vasos sanguíneos anormais são tratados com queimaduras a laser.

O tratamento com laser focal geralmente é feito no consultório do médico ou clínica oftalmológica em uma única sessão. No entanto, você teve a visão turva por causa do edema macular antes da cirurgia, o tratamento pode não retornar sua visão ao normal, mas é provável que reduza a chance de piora do edema macular.

Fotocoagulação panretinal

Este tratamento a laser, também conhecido como tratamento de dispersão de laser, pode reduzir os vasos sanguíneos anormais. As áreas da retina, sobretudo as distantes da mácula, são tratadas com queimaduras causadas pela dispersão de luz laser. Isso faz com que os novos vasos sanguíneos anormais encolham e deixem cicatrizes.

O procedimento, geralmente é feito no consultório médico (oftalmológica) em duas ou mais sessões. É provável que a visão fique embaçada por aproximadamente um dia após o procedimento. Além, é possível que haja alguma perda da visão periférica ou da visão noturna após o procedimento.

Vitrectomia

tratamento da retinopatia diabética por vitrectomia
Vitrectomia. Imagem IMO

Vitrectomia é uma pequena incisão no olho que tem como objetivo remover o sangue do vítreo, bem como o tecido cicatricial que está puxando a retina. O procedimento é realizado com instrumentos delicados que são inseridos no globo ocular por meio de pequenas incisões em sua parede externa (esclera).

Esse tratamento só retarda ou interrompe a progressão da retinopatia diabética, mas não cura uma vez o diabetes é uma doença que dura a vida toda.

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