O termo ciência (em latim scientia) significa “conhecimento científico, ciência, saber” e provêm do verbo scire que significa “saber, estar instruído, ter conhecimento teórico ou prático de alguma coisa”. Esses conceitos são semelhantes ao termo grego epistéme que significa “conhecimento, saber, ciência”; por isso que o estudo sobre a ciência chamamos de epistemologia.
Entretanto, a ciência é um tipo de conhecimento, porque nem todo tipo de conhecimento é considerado científico.
Por outras palavras, a ciência é uma forma de acesso à verdade, sendo necessário a existência de um “método científico”, que é o caminho usado se fazer uma pesquisa.
Temos que estar atentos a respeito do falamos anteriormente de que a ciência se assemelha a epistéme. Porque este termo ainda pode trazer confusão, ou seja, podemos correr o risco de dizer que a ciência e a metafísica são a mesma coisa.
Na verdade, são coisas bem distintas. Esta confusão surge muitas vezes porque, para os gregos, epistéme consistia num saber objetivo, sistematizado e total. Mas as ciências não engloba qualquer conhecimento, elas procuram saber e ter a prova das coisas. Portanto, elas tentam explicar os fenômenos a partir de uma hipótese, que deverão ser comprovadas por meio de experiências. Então, podemos concluir que a metafísica é descartada, por não haver a necessidade de nenhuma prova.
Para citarmos um exemplo, o conhecimento sobre a existência de Deus requer fé e somente fé, não tem como provarmos que Deus existe senão pela fé. Mas, a existência de água ou qualquer outro objeto é provada porque conseguimos ver, tocar, apalpar ou mesmo sentir. O primeiro exemplo é da ordem metafísica, já o segundo exemplo temos como provar e o conhecimento dele gerado é considerado científico.
O método científico
A ciência pode ser feita de várias maneiras (métodos). Mas, o método indutivo é o mais conhecido e amplamente usado. Este método foi proposto pelo Galileu e se diferencia do método dedutivo, porque ele nos ajuda a construir informações e conhecimento científico depois de observarmos algum fenômeno.
Contudo, método científico muitas vezes está relacionado à experimentação, que conta com as análises matemáticas (estatística, por exemplo). Isto significa que depois de se fazer alguma experiência (objetividade), deve-se chegar a conclusões testando hipóteses estatisticamente.
A pergunta que se pode fazer agora é: será que a filosofia (ciências sociais) e conhecimento da natureza usam métodos ciêntificos? A resposta é sim, mas cada uma delas tem suas próprias características. Para entendermos isso é preciso se fazer diferença entre um conhecimento meramente ordinário e ciência.
Muito embora que ambas contêm verdades objetivas e comprovadas e se pareçam, existe uma distinção entre o conhecimento ordinário e a ciência. Essa diferença está na sistematização racional da teoria. A teoria pode ter várias definições, mas citaremos em apenas uma e que consideramos ser confiável:
“Uma teoria é um conjunto de…(conceitos), definições e proposições relacionadas entre si, que apresentam um ponto de vista sistemático de fenômenos especificando relações entre variáveis, com o propósito de explicar e prever os fenômenos”.
Kerlinger (1975)
Assim, a ciência tem os seguintes objectivos: (1) explicar porquê, como e quando ocorre um fenômeno. (2) Ordenar (sistematizar) um conhecimento que se dispôe dos fenômenos observados. (3) prever determinadas condições. Este último é exclusivo das ciências naturais.
Diferenças entre ciência da natureza e humana: concepção empírico positiva
O ideal da teoria científica tem que ter um sistema formal, onde os elementos menos abstratos derivam de outros considerados os primeiros princípios da teoria e um sistema de interpretação empírica. Assim os termos teóricos passam a ser empíricos para que possam ser observados.
As ciências da natureza são concebidas em duas etapas:
- observação que nos levam a formulação de leis empíricas, e
- depois teremos que comprovar a teoria.
Assim as teorias científicas da natureza têm que ser explicativas e preditivas.
Na verdade o que acontece nesse tipo de teoria é a indução das leis gerais a partir da observação, e desta deduz-se de forma preditiva outros fenômenos. Seguido da comparação entre as leis vindas da indução com as da dedução para validação, melhoramento ou mesmo anulação da teoria.
Neste sentido a ciência da natureza é considerada positiva quando ela consegue predizer se existe relações de casualidade entre os fenômenos – causa e efeito. Isso acontece devido a suposição da existência de uma regularidade, uma necessidade natural que responde sempre a um esquema unidirecional de uma causa que dá lugar a um efeito (casualidade eficiente).
Quando a teoria empírica-positiva pretende ir mais além das suas teorias, intervindo nas realidades observadas para obtenção de algum objectivo, estamos perante uma tecnologia.
Assim, a tecnologia e a eficácia do objectivo a ser alcançado devem se estabelecer e também ser real. Sem esta componente a tecnologia deixa de se tecnologia.
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