Conforme dissemos na história da toxicologia, a toxicologia moderna vai muito além de estudos dos efeitos adversos das substâncias químicas. Isso acontece porque a abrangência da toxicologia moderna vem
“da sua capacidade de incorporar quase todas as ciências básicas para testar suas hipóteses. Esse fato, com os regulamentos ocupacionais e da saúde, que têm impulsionado a pesquisa toxicológica desde 1900, fizeram a toxicologia tornar-se excepcional na história da ciência.”.
Nos anos de 1850 a toxicologia começou a ser entendida como o é hoje. Isto aconteceu porque já existiam medicamentos sendo usado a partir da fase de desenvolvimento de um fármaco conhecido como patente. Essa situação levou a muitas intoxicações. Essas intoxicações foram comparadas aquelas intoxicações alimentares dos anos de 1906, que levou a criação da Lei Wiley Bill nos EUA.
Quarenta décadas depois (em 1890) e início dos anos 1900 houve muitas descobertas com destaque à radioactividade e vitaminas, que permitiram o uso de bioensaios (em animais) pela primeira vez.
Trinta anos mais tarde (1930) não era de estranhar o surgimento da primeira revista – a Archiv für Toxikologie – totalmente entregue a toxicologia experimental (um tipo de toxicologia moderna). Depois surgiu, no mesmo ano, o National Institutes of Health (NIH) nos Estados Unidos, que veio a responder os casos de intoxicações por sulfanilamida, casos estes que eram de insuficiência renal.
O incidente que referimos anteriormente veio a facilitar a criação da lei Copeland (em 1938), em que a FDA fez parte do projecto de criação da mesma. Por isso pela primeira vez surgiu a necessidade de mostrar segurança e eficácia para uma substância que não era considerada nem medicamento, nem alimento.
Toxicologia moderna depois da 2ª guerra mundial
É fascinante o que Arnold Lehman disse por volta do ano de 1955: Você também pode ser um toxicologista com apenas duas simples lições, cada uma com duração de dez anos.
Esse facto é assim porque precisamos de vários estudos contínuos na pesquisa, não apenas nas bases bioquímicas e farmacológicas, mas também nos efeitos de diversos toxicantes.
Voltando a nossa história, o FDA começou a se fortalecer muito em toxicologia por volta dos anos 1950. Onde houveram várias emendas na lei de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos.
Foi por esse motivo que se ouviu o grito de guerra devido a emenda na cláusula Delaney, que resultou na inserção de modelos estatísticos e matemáticos na toxicologia. Verificou-se também no mesmo período o surgimento de da revista Toxicology and Applied Pharmacology, e, na sequência foi fundada a Sociedade de Toxicologia dos EUA.
O incidente da talidomida (década 1960): nascimento de milhares de crianças com defeitos congênitos, permitiu novos ramos de pesquisas ao nível do embrião e do feto, bem como do meio ambiente. Isto deu suporte ao surgimento da toxicologia celular e molecular e, também, a a valiação do risco toxicológico tornou-se no objectivo principal das investigações toxicológicas.
Sendo esses motivos suficientes para levarem os profissionais, governos e instituições de pesquisa a trabalharem no sentido a combater ou previnir os efeitos tóxicos das substâncias. Sendo notório a existência de mais de 120 revistas científicas relacionadas a toxicologia.
Outro aspecto é que existe um congresso de toxicologia que é composto por sociedades de toxicologia da Europa, América do Sul, Ásia, África e Austrália, reunido ampla representação de toxicologistas de todo o mundo.