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Clorpromazina: O Que É, Indicações, Dosagens, Precauções

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O que é Clorpromazina?

A clorpromazina é um antipsicótico típico, da classe das fenotiazinas. Ela atua no cérebro, bloqueando a ação da dopamina — uma substância química que influencia o humor, o pensamento e o comportamento.

Esse bloqueio ajuda a controlar sintomas como:

  • Alucinações
  • Delírios
  • Agitação
  • Comportamentos agressivos

Além disso, a clorpromazina tem efeito sedativo, antiemético (contra náuseas) e antiespasmódico.

É conhecida comercialmente como Thorazine (em países de língua inglesa) ou Largactil.

Indicações da clorpromazina

A clorpromazina é usada em várias situações clínicas. Veja as principais:

  • Esquizofrenia: ajuda a controlar os sintomas psicóticos, como delírios e alucinações. Também reduz a agitação e melhora o comportamento.
  • Transtorno bipolar. É indicada na fase maníaca, quando há euforia excessiva, impulsividade e agitação.
  • Náuseas e vômitos intensos. Tem ação antiemética potente. É usada em pacientes com câncer, pós-operatório ou em cuidados paliativos.
  • Soluços persistentes. Quando o soluço não passa com métodos comuns, a clorpromazina pode ser eficaz.
  • Ansiedade pré-operatória. Ajuda a acalmar o paciente antes de cirurgias, reduzindo o estresse.
  • Tétano. É usada como parte do tratamento para controlar espasmos musculares.

Dosagens

A dose varia conforme a condição tratada, idade do paciente e resposta ao medicamento.

Adultos

  • Esquizofrenia: 100 a 1000 mg por dia, divididos em 2 ou 3 doses.
  • Agitação aguda: Pode ser administrada por injeção intramuscular ou intravenosa.
  • Náuseas: 10 a 25 mg, até 3 vezes ao dia.
  • Soluços: 25 a 50 mg por via oral, conforme orientação médica.

Crianças

  • A dose é menor e sempre ajustada pelo pediatra.
  • Uso em crianças exige cuidado redobrado.

Idosos

  • Devem começar com doses mais baixas.
  • Maior risco de efeitos colaterais.

⚠️ Nunca tome clorpromazina por conta própria. Sempre siga a orientação médica.

Precauções da clorpromazina

Antes de usar clorpromazina, é importante considerar alguns cuidados:

  • Monitoramento médico: exames de sangue, avaliação cardíaca e controle da pressão.
  • Exposição ao sol: pode causar sensibilidade à luz. Use protetor solar.
  • Gravidez e amamentação: só deve ser usada se os benefícios forem maiores que os riscos.
  • Uso prolongado: pode causar efeitos neurológicos graves. O médico deve avaliar a continuidade do tratamento.

Contraindicações da clorpromazina

A clorpromazina não deve ser usada em algumas situações:

  • Alergia ao medicamento ou a outras fenotiazinas
  • Estado de coma ou depressão profunda do sistema nervoso
  • Problemas graves no fígado ou coração
  • Uso de álcool ou outras drogas sedativas em excesso
  • Histórico de agranulocitose (queda de glóbulos brancos)

Se você tem alguma dessas condições, avise seu médico antes de iniciar o tratamento.

Interações Medicamentosas

A clorpromazina pode interagir com outros remédios. Isso pode aumentar os efeitos ou causar reações indesejadas.

Interações comuns

  • Antidepressivos: pode aumentar o risco de efeitos colaterais.
  • Anticonvulsivantes: pode alterar o controle das crises.
  • Remédios para pressão: pode causar queda excessiva da pressão.
  • Anticoagulantes: pode alterar a coagulação do sangue.
  • Álcool: potencializa os efeitos sedativos e pode ser perigoso.

Sempre informe ao médico todos os medicamentos que você usa, incluindo fitoterápicos e suplementos.

Mecanismo de Ação da clorpromazina

A clorpromazina age bloqueando os receptores de dopamina no cérebro. Isso reduz os sintomas psicóticos e a agitação.

Ela também age em outros receptores:

  • Serotonina: ajuda no controle do humor
  • Histamina: causa sedação
  • Adrenalina: reduz a pressão arterial
  • Acetilcolina: pode causar boca seca e constipação

Essa ação ampla explica seus efeitos terapêuticos e também os efeitos colaterais.

Farmacocinética da clorpromazina

A farmacocinética mostra como o corpo absorve, distribui, metaboliza e elimina o medicamento.

ParâmetroDetalhes
AbsorçãoBoa por via oral, mas variável
Início de ação30 a 60 minutos
Pico de ação2 a 4 horas
Meia-vidaCerca de 30 horas
MetabolismoFígado (via CYP2D6)
ExcreçãoPrincipalmente pelos rins

A clorpromazina se liga fortemente às proteínas do sangue. Por isso, pode interagir com outros medicamentos que também usam essas proteínas.

Efeitos Adversos clorpromazina

A clorpromazina pode causar efeitos colaterais. Alguns são leves, outros mais sérios.

Efeitos comuns

  • Sonolência
  • Boca seca
  • Tontura
  • Constipação
  • Visão turva

Efeitos moderados

  • Hipotensão (queda de pressão)
  • Sensibilidade à luz
  • Retenção urinária
  • Ganho de peso

Efeitos graves

  • Discinesia tardia: movimentos involuntários, geralmente irreversíveis
  • Síndrome neuroléptica maligna: febre alta, rigidez muscular, confusão mental
  • Agranulocitose: queda perigosa dos glóbulos brancos
  • Convulsões
  • Arritmias cardíacas

Se você sentir qualquer sintoma estranho, procure o médico imediatamente.

Considerações Finais

A clorpromazina é um medicamento importante na história da psiquiatria. Ela trouxe alívio para milhões de pessoas com transtornos mentais graves. Mesmo com o surgimento de antipsicóticos mais modernos, ela ainda tem seu lugar.

Mas é preciso cuidado. O uso deve ser sempre acompanhado por profissionais de saúde. Os efeitos colaterais podem ser sérios, e o tratamento precisa ser individualizado.

Se você ou alguém próximo está usando clorpromazina, converse com o médico sobre os riscos e benefícios. Nunca interrompa o tratamento por conta própria.

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Tags: ansiedade, Sistema nervoso
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