A vitamina B2, também conhecida como riboflavina, é uma vitamina solúvel em água e que pertence ao complexo B. Ela é essencial para produção de energia, manter saudáveis os olhos, nervos, músculos e pele.
A riboflavina está presente naturalmente em alguns alimentos comuns, como carnes e grãos; também pode ser adicionada a produtos industrializadas, como derivados de leite, pães e cereais. Isso contribui para que a deficiência da vitamina B2 seja rara.
Entretanto, a importância da vitamina B2 para nosso organismo está relacionada ao fato dela compor duas coenzimas importantes:
- Mononucleotídeo de Flavina (FMN; também conhecido como Riboflavina-5′-Fosfato),
- Dinucleotídeo de Alavina Adenina (FAD).
Essas coenzimas, portanto, são essenciais para produção de energia; assim como têm função para o crescimento e desenvolvimento celular; bem como no metabolismo de nutrientes e medicamentos (drogas).
Por exemplo, a conversão do aminoácido triptofano em niacina requer FAD. Sabe-se, portanto, que o triptofano é essencialmente utilizado pelo cérebro, junto com a vitamina B3 e o magnésio, para produzir serotonina, que é responsável pela transmissão de sinais nervosos nos processos de produção do sono e do humor.
Outros exemplos incluem a participação do FNM na conversão da vitamina B6 para sua forma ativa – a coenzima piridoxal 5′-fosfato. Além disso, a riboflavina ajuda a manter os níveis normais de homocisteína, um aminoácido importante do sangue.
Para quê serve a vitamina B2?
A vitamina B2 ajuda a metabolizar (quebrar) proteínas, gorduras e carboidratos. Portanto, essa vitamina é essencial para a manutenção do suprimento de energia do corpo.
Principalmente, a riboflavina ajuda a converter carboidratos em trifosfato de adenosina (ATP). Nosso organismo produz ATP a partir dos alimentos e o ATP produz energia de acordo com a necessidade imediata do organismo. Além disso, o ATP é vital para armazenar energia nos músculos.
Assim a vitamina B2 serve para:
- Manter saudável as membranas das mucosas do nosso sistema digestivo
- Manter saudável nosso fígado
- Converter o aminoácido triptofano em niacina
- Manter saudáveis os olhos, nervos, músculos e pele
- Absorver e ativar ferro, ácido fólico e vitaminas B1, B3 e B6
- Produção de hormônios nas glândulas supra-renais
- Provavelmente prevenir o desenvolvimento de cataratas e enxaqueca
- Desenvolvimento fetal
No entanto, não existem provas científicas que validam as alegações de que a riboflavina é eficaz para o tratamento da acne, alguns tipos de anemia, enxaqueca e cãibras musculares.
Além disso, a riboflavina pode ser administrada a crianças com níveis elevados de bilirrubina no sangue. Isso porque o excesso de bilirrubina nas crianças pode prejudicar o desenvolvimento de células do cérebro, que pode levar a deficiência de aprendizagem e de desenvolvimento, além de perda ou problemas de movimento dos olhos e de audição.
Vitamina B2 para doenças cardiovasculares
Alguns estudos mostram que distúrbios cerebrais, cardíacos e alguns tipos de câncer podem se desenvolver a partir da deficiência de riboflavina a longo prazo.
A riboflavina regula os níveis de homocisteína no sangue. Entenda que a hemocisteína é um aminoácido que pode alterar os vasos sanguíneos e os seus níveis elevados pode vir a causar AVC, doença coronariana ou infarto cardíaco. Muitas vezes você adquiri este aminoácido a partir da proteína animal, como a carne.
Então, a riboflavina atua com outras vitaminas do complexo B, como B6, folato e B12 para quebrar a homocisteína no corpo.
Estudos em animais mostram anormalidades cardíacas e aumento de marcadores das doenças cardíacas em ratos com deficiência de riboflavina, bem como efeitos de proteção cardíaca da riboflavina, aumentando a produção de enzimas antioxidantes.
No entanto, os cientistas ainda não entendem muito bem como a riboflavina é regulada e transportada no coração em humanos.
Por outro lado, outros estudos no mostraram que a redução dos níveis de homocisteína com a suplementação de vitamina B pode reduzir o risco de ataques cardíacos ou mortes por doenças cardiovasculares.
Por isso que são necessários mais estudos em humanos para se poder chegar a conclusão de que o uso de suplementos de vitamina B pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Quanto de riboflavina diária precisamos?
A dose diária recomendada (RDA) da riboflavina depende da idade, sexo e estado reprodutivo de cada indivíduo. Mas, é recomendável você ingerir:
- 1,3 miligramas diários para homens,
- 1,1 mg para mulheres
- No entanto, durante a gravidez, as mulheres devem ter 1,4 miligramas por dia e, durante a amamentação, 1,6 miligramas por dia.
Geralmente a riboflavina, como suplemento, está incluída em multivitaminas e vitaminas do complexo B. Além disso, você também pode encontrar separadamente em comprimidos com doses de 25 mg, 50 mg e 100 mg.
Fontes alimentares
A riboflavina é encontrada principalmente em carnes e alimentos fortificados, mas também em algumas nozes e vegetais verdes.
Assim as principais de alimentos incluem:
- Leite
- Iogurte
- Queijo
- Ovos
- Bife sem gordura e de porco
- Carnes de órgão (fígado bovino)
- Peito de frango
- Salmão
- Cereal fortificado e pão
- Amêndoas
- Espinafre
- Salsinha
- Abóboras
- Batatas doces
- Vegetais, como brócolis, couve de Bruxelas, espinafre, folhas de dente-de-leão e agrião
- Extrato de levedura
A vitamina B2 é solúvel em água, então cozinhar alimentos pode causar sua perda. Portanto, você pode perder cerca de duas vezes ou mais da vitamina B2 se ferver o alimento, ao invés de usar o vapor ou no micro-ondas.
Esta vitamina é sensível à luz e, portanto, perecível. É provável que grãos podem não ter quantidades adequadas dessa vitamina no momento em que chegam à sua mesa. Por isso que às vezes é adicionado a cereais durante o processamento.
Deficiências da vitamina B2
A deficiência da vitamina B2 pode levar a outras deficiências nutricionais, porque ela está envolvida no metabolismo de vários nutrientes. Contudo, a principal preocupação associada a ela é a anemia por deficiência de ferro.
A deficiência de riboflavina é também conhecida como ariboflavinose.
Entretanto, a deficiência da riboflavina pode causar:
- coceira e ardor nos olhos,
- sensibilidade dos olhos à luz,
- ferida na língua,
- rachaduras nos cantos da boca,
- dor de garganta,
- coceira e descamação da pele do nariz,
- feridas na boca,
- problemas reprodutivos,
- queda de cabelo.
A anemia e catarata podem se desenvolver se você tiver uma deficiência severa e prolongada da vitamina B2. No entanto, algumas condições podem aumentar sua necessidade de riboflavina.
É provável que você desenvolva a deficiência dessa vitamina, se tiver uma ou mais das condições abaixo:
- Alcoolismo
- Queimaduras
- Câncer
- Diarreia
- Febre
- Infecções bacterianas
- Doenças intestinais
- Doença hepática
- Tiroide hiperativa
- Ferimento grave
- Estresse
- Cirurgia do estômago
É especialmente importante certificar-se de que ingeriu riboflavina suficiente em sua dieta, se estiver grávida. Porque a deficiência de riboflavina pode colocar em risco o crescimento do seu bebê e aumentar suas chances de pré-eclâmpsia, que envolve pressão arterial perigosamente alta durante a gravidez. Portanto, esta é uma condição séria que pode ser fatal.
Toxicidade da riboflavina
Nenhum efeito tóxico ou adverso da alta ingestão de riboflavina em humanos é conhecido. Embora a ingestão de riboflavina através de alimentos seja muitas vezes superior à RDA. Isso ocorre porque a vitamina B2 é hidrossolúvel e, portanto, eliminado com facilidade na urina; além de que a capacidade de absorção dessa vitamina ser limitada no trato gastrointestinal.
Foi descoberto que a terapia com altas doses de riboflavina intensifica a cor da urina para um amarelo brilhante (flavinúria), mas este é um efeito colateral inofensivo.
Interação da riboflavina e medicamentos
A vitamina B2 não é conhecida por ter qualquer interação clinicamente relevante com medicamentos. No entanto, alguns medicamentos podem interferir nos seus níveis no sangue. Alguns desses medicamentos incluem:
- Antidepressivos tricíclicos , como imipramina ou tofranil
- Alguns medicamentos antipsicóticos, como clorpromazina ou torazina
- Metotrexato, usado para câncer e doenças autoimunes, como artrite reumatóide
- Fenitoína, ou Dilantina, usada para controlar convulsões
- Probenecida, para gota
- Diuréticos tiazídicos ou comprimidos de água
A doxorrubicina, um medicamento usado na terapia do câncer, pode esgotar os níveis de riboflavina, e a riboflavina pode afetar o funcionamento da doxorrubicina.
No entanto, é importante falar com um médico antes de tomar qualquer suplemento, especialmente porque eles podem interferir com outros medicamentos.
Os suplementos da vitamina B2 podem afetar a eficácia de alguns medicamentos, como os anticolinérgicos e a tetraciclina.
Conclusão
Podemos concluir que a vitamina B2 ou riboflavina trabalha juntamente com as outras vitaminas do complexo B. Ela é importante para o crescimento do nosso organismo. Ajuda na produção de glóbulos vermelhos. Também auxilia na liberação de energia das proteínas.
Essa vitamina encontra-se abundante em diferentes alimentos, incluindo carnes, produtos lácteos e grãos. Por isso, a deficiência da riboflavina é quase inexistente. Mas, quando ela ocorre pode haver manifestações na pele, queda de cabelo, rachaduras na língua e lábios, além de fraqueza geral. Se você apresentar qualquer sinal ou sintoma listados neste artigo consulte seu médico, porque a deficiência da riboflavina pode estar relacionada a outras doenças ou deficiências.
Referências
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