A ampicilina é um antibiótico muito usado nas infecções bacterianas que pode se apresentar na forma de ampola injetável de 500 mg, para aplicação endovenosa.
Mecanismo de ação da ampicilina
Ela é uma penicilina semi-sintética de amplo espectro, mas sensível à penicilinase, com ação bactericida que atua no nível da parede celular das bactérias. Seu mecanismo de ação é baseado na inibição da síntese de peptidoglicano a partir da parede bacteriana.
Essa inibição depende da capacidade da penicilina alcançar e se ligar às proteínas de ligação à penicilina (PBPs) localizadas na membrana interna da parede bacteriana.
PBPs (que incluem transpeptidases, carboxilases e endopeptidases) são enzimas envolvidas nos estágios finais da montagem da parede bacteriana e na sua remodelação durante seu crescimento e divisão.
As penicilinas ligam e inativam PBPs, resultando em enfraquecimento e lise da parede bacteriana.
Indicações
Ela tem mesmas indicações que da amoxiciclina, mas nos casos mais graves ou quando não é possível a via oral. Particularmente útil nos casos de meningite bacteriana; infecções das vias biliares; endocardite por Enterococus; infecção severa do tracto urinário (em associação com gentamicina); infecções respiratórias.
É uma alternativa satisfatória ao cloranfenicol na febre tifóide. É eficaz, em associação com a gentamicina, na profilaxia da endocardite em doentes que se vão submeter a intervenção sob anestesia geral.
É útil na profilaxia cirúrgica (sobretudo cirurgia das vias biliares ou ginecológicas) só ou em associação com gentamicina.
Doses da ampicilina
No geral
Para os adultos é variável conforme o tipo e gravidade da infecção entre 2-12 g/dia, divididos em 4 tomas (dose máxima de 14 g/dia).
No caso das crianças é aconselhável o uso de 100-200 mg/kg/dia, divididos em 4-6 tomas. Na meningite por
H. influenzae tipo B em crianças, recomenda-se 400 mg/kg/dia, divididos em 4-6 tomas.
Nos recém-nascidos, com mais de 1 semana: 50-100 mg/kg/dose em 3 tomas, já os com menos de 1 semana: 50-100 mg/kg/dose em 2 tomas. Na meningite 200 mg/kg/dia divididos em 4 tomas.
Quando for a usar na profilaxia cirúrgica é observado o uso de 2 g endovenoso um pouco antes da intervenção; nas intervenções prolongadas deve se ir dando doses adicionais em cada 4-8 h; na cirurgia suja é geralmente necessário continuar o tratamento por 5-10 dias.
Por fim na na profilaxia da endocardite: 3 g (50 mg/kg na criança), numa dose única 1 h antes da intervenção e 1,5 g (25 mg/kg na criança) 6 h depois. Nos doentes que vão ser submetidos a anestesia geral e que tenham risco elevado de endocardite (válvula protésica, antecedentes de endocardite) fazer, no adulto ampicilina 1 g endovenosa e gentamicina 120 mg por via endovenosa ou intramuscular, imediatamente antes da indução, seguida de amoxicilina oral 500 mg 6 h após intervenção. Na criança menor de 10 anos: ½ da dose do adulto de ampicilina ou amoxicilina e 2 mg/kg de gentamicina).
Precauções com uso da ampicilina
Nos doentes com insuficiência renal severa a dose inicial não é modificada, mas devem-se reduzir as doses subsequentes e/ou aumentar o intervalo entre elas, de acordo com grau da insuficiência.
História de hipersensibilidade aos beta-lactâmicos.
DR: reduza a dose em graves danos nos rins. Leucemia linfocítica aguda ou crônica.
Crianças: podem levar a sensibilização, diarréia, candidíase e erupção cutânea.
Erupção eritematosa. Doenças virais. Alergia, asma, eczema. Febre. Mononucleose infecciosa. Pacientes com HIV. Incompatível em soluções contendo anfotericina B, heparinas, corticosteróides, eritromicina, aminoglicosídeos ou metronidazol.
Efeitos colaterais (ou Reações adversas) da ampicilina
A ampicilina é um antibiótico que ajuda a tratar infecções causadas por bactérias. Como acontece com muitos medicamentos, ela pode causar alguns efeitos colaterais. Aqui estão alguns dos mais comuns:
- Problemas de estômago. Você pode sentir náusea, vômito ou ter diarreia. Às vezes, pode também sentir dor no abdômen.
- Reações alérgicas. Algumas pessoas podem ter uma reação alérgica, que pode se manifestar como uma erupção cutânea, coceira, ou urticária. Em casos mais raros, pode ocorrer uma reação alérgica grave chamada anafilaxia, que é uma emergência médica.
- Problemas no sangue. Em alguns casos, pode haver uma diminuição temporária nos glóbulos brancos, plaquetas ou até anemia. Isso geralmente é raro.
- Reações no local da injeção. Se você receber ampicilina por injeção, pode sentir dor ou irritação no local onde foi aplicada.
- Outros possíveis efeitos. Em uso prolongado, pode ocorrer candidíase, uma infecção por fungos. Em casos raros, pode acontecer uma condição séria no intestino chamada colite pseudomembranosa.
Se você notar qualquer sintoma incomum, especialmente dificuldades para respirar ou inchaço no rosto ou garganta, procure ajuda médica imediatamente, pois isso pode indicar uma reação alérgica séria. Em geral, é importante falar com seu médico sobre qualquer efeito colateral que você esteja experimentando, para que ele possa ajudar a gerenciar a situação.
Interações da ampicilina
- A probenecida reduz a excreção renal de penicilinas e aumenta seus níveis sanguíneos.
- Contraceptivos orais: o efeito contraceptivo dos estrogênios é reduzido com ampicilina, oxacilina e fenoximetilpenicilina.
- Alopurinol: a probabilidade de reações alérgicas da pele com amoxicilina e ampicilina é aumentada.
- Anticoagulantes da cumarina: alteração do INR, prolongamento do tempo de protrombina com penicilinas de amplo espectro, como a ampicilina.
- Aminoglicosídeos: inativação mútua ocorre in vitro; se eles são administrados simultaneamente, deve ser feitos em lugares diferentes.
- Citostáticos: As penicilinas reduzem a excreção de metotrexato (o risco de toxicidade deste último aumenta).