Inflamação: causas, sintomas e tratamento

inflamação

Sem inflamação como resposta fisiológica, as feridas e as infecções poderiam se tornar mortais. Por outro lado, se o processo inflamatório se prolongar por muito tempo ou se a resposta inflamatória ocorre em locais onde não é necessário, pode se tornar problemático.

O que pode causar inflamação?

A inflamação é causada por várias reações físico-químicas produzidas pelo nosso sistema imunológico. Estas reações podem ser em resposta a uma lesão física ou a uma infecção. Esse conjunto de reações também podemos chamar de processo inflamatório.

Portanto, é possível que durante um processo inflamatório do nosso organismo pelo menos estas três coisas aconteçam:

  1. Os pequenos ramos das artérias aumentam do seu tamanho para fornecer sangue suficiente na área afetada. Isso aumenta o fluxo sanguíneo.
  2. Os nossos capilares (pequenos vasos sanguíneos que facilitam a troca de líquido entre sangue e ao redor das células) infiltram com mais facilidade os fluidos e proteínas. Isso significa que estes fluidos/proteínas podem se mover livremente entre o sangue e as células.
  3. Por fim, nosso organismo libera neutrófilos, ou seja, células que têm muitos “pequenos-sacos” que carregam enzimas digestoras de microrganismos. Os neutrófilos são um tipo tipo de glóbulos brancos ou células de defesa.

Como consequência deste processo, uma pessoa normal irá notar em seguida os sintomas de inflamação. Veja a seguir quais são os sintomas.

Sintomas

Como um dos primeiros sinais que iremos descrever aqui, a inflamação causa dor. No entanto, o tipo de dor varia de pessoa para pessoa. Mas, ela pode ser descrita como constante e estável, latejante e pulsante, esfaqueamento ou beliscar.

O processo inflamatório causa principalmente dor porque o inchaço no local afetado tende a empurrar terminações nervosas sensíveis (dos neurónios). Portanto, esses neurónios aí presentes enviam sinais de dor ao cérebro.

Você quer saber mais sobre os tipos de dor? Lei nosso outro artigo onde falámos sobre a classificação da dor e como tratá-la.

Além da dor você poderá sentir:

  • rigidez,
  • desconforto,
  • angústia e até agonia, dependendo da gravidade da inflamação.

Contudo, outros processos bioquímicos também ocorrem durante a inflamação e geralmente afetam como os nervos se comportam. Como uma das consequências, estes processos podem, por exemplo, melhorar a dor.

Tipos de inflamação

Inflamação aguda

Uma inflamação aguda é aquela que começa rapidamente e se torna grave em um curto espaço de tempo. Por isso que você poderá notar os sinais e sintomas só por alguns dias, apesar de existirem alguns casos em que eles podem persistir até algumas semanas.

Muitas citocinas são liberados no tecido danificado durante o processo inflamatório agudo. É importante lembrarmos de que as citocinas atuam como “sinais de emergência” e levam às células do nosso sistema imunológico os hormônios e nutrientes para resolver o problema.

Além disso, substâncias semelhantes a hormônios conhecidas como prostaglandinas criam coágulos sangüíneos para curar tecidos danificados, e também provocar dor e febre como parte do processo de cura. À medida que o corpo se cura, a inflamação aguda diminui gradualmente.

Inflamação crônica

A inflamação crônica ela tem efeitos a longo prazo e pode afetar nosso corpo inteiro. Também podemos chamar este tipo de processo inflamatório de inflamação persistente de baixo grau, porque porque há um nível baixo e constante de produção da inflamação no nosso corpo.

Por isso que este tipo de inflamação pode contribuir para o desenvolvimento de doenças, incluindo diabetes e câncer de acordo com um resumo da Johns Hopkins Health.

Inflamação crónica, muitas vezes, não apresenta sintomas. Mas, é possível detetar através de testes laboratoriais, como o da proteína C-reativa (PCR), um marcador de inflamação no sangue.

Os altos níveis de PCR podem indicar um risco de doenças cardíacas. Além disso, os níveis de PCR também podem indicar uma infecção, ou uma doença inflamatória crônica, como artrite reumatoide ou lúpus (Mayo Clinic). Por isso, só com ajuda de exames rotinas e acompanhamento médico é possível entender o que está acontecer com seu organismo.

causas

Baixos níveis de inflamação podem ser causadas por uma ameaça interna que o nosso organismo percebe. Mas, também pode acontecer em situações em que não há doença para combater ou lesão para curar.

Como resultado, os nossos glóbulos brancos atacam órgãos internos ou tecidos e células saudáveis. 

A inflamação crônica pode durar vários meses e até anos; ela pode ser causada por:

  • Não tratamento ou cura da causa do processo inflamatório agudo;
  • Distúrbio autoimune que ataca o tecido normal saudável, confundindo-o com um microrganismo ou outro agente causador de doença. Entenda melhor no nosso artigo sobre o sistema complemento.
  • Exposição, durante um longo período, a um baixo nível de um determinado irritante, por exemplo uma substância químico, durante um longo período.

Que implicações isso traz ao nosso organismo

Até hoje, parece não se entender muito bem sobre as implicações, e os mecanismo envolvidos no processo inflamatório crônico no nosso corpo. Mas, se sabe que ela é a causa de muitas doenças.

Por exemplo, a inflamação crônica pode ser a causa de doenças cardíacas e derrames. Uma teoria sugere que, quando as células inflamatórias ficam muito tempo nos vasos sanguíneos, elas promovem o acúmulo de placas.

Assim nosso organismo reconhece essa placa como uma substância estranha, por isso tenta isolar a placa do sangue (American Heart Association, AHA).  No entanto, se esta placa se torna instável e se romper, ela forma coágulo de sangue que bloqueia o fluxo sanguíneo para o coração ou para o cérebro, levando assim ao ataque cardíaco ou um derrame.

Como falamos anteriormente, outra doença causada pela inflamção crônica é o câncer. Porque o processo inflamatório prolongado pode pode causar danos no DNA e levar a algumas formas de câncer (Instituto Nacional do Câncer).

Doenças causadas por inflamação crônica

Exemplos de doenças e condições que incluem inflamação crônica:

Muitas coisas (fatores) podem causar a inflamação; estes incluem dieta, hábitos de vida e exposições ambientais. Por isso ser importante manter um estilo de vida saudável para manter a inflamação sob controle.

Como tratar a inflamação?

Atualmente, não há medicamentos prescritos que visem especificamente tratar o estado crônico da inflamação. No entanto, há uma abundância de medicamentos vendidos sem prescrição médica e alguns remédios para tratar a inflamação aguda de curto prazo.

Os mais comuns são os medicamentos vendidos sem receita médica – os conhecidos como antinflamatórios não esteroidais (AINEs). Eles incluem naproxeno, diclofenac e ibuprofeno.

O mecanismo de ação dos AINEs é bloquear a enzima ciclooxigenase, que produz prostaglandinas, uma substância semelhante à hormona que promove a inflamação.

O acetaminofeno (paracetamol) é outro tipo de analgésico comum, mas não alivia a inflamação.

Quando os medicamentos de venda livre não são eficazes no alívio da dor e da inflamação de curto prazo, também existem AINEs com prescrição médica.

Os corticosteróides, como a cortisona e a prednisona, podem ser prescritos para condições inflamatórias, como asma e artrite. Eles podem ajudar a reduzir a inflamação.

No entanto, esses medicamentos, apesar de serem poderosos, eles também carregam um alto risco de efeitos colaterais, como ganho de peso e retenção de líquidos.

Além de medicamentos, você pode procurar ter um estilo de vida melhor e ajudar a reduzir os processos inflamatórios no seu corpo. Mas, se estiver doente é melhor consultar o seu médico ou farmacêutico para ter certeza o que pode comer ou tomar enquanto estiver medicando ou doente.

A seguir seguem mais algumas dicas de como você pode reduzir o processo inflamatório.

Dieta anti-inflamatória

Dietas anti-inflamatórias  se tornaram populares nos últimos anos. Geralmente, os alimentos que são recomendados incluem:

  • peixes,
  • frutas,
  • vegetais frescos
  • gorduras saudáveis; 
  • comer quantidades moderadas de nozes;
  • comer pouca carne vermelha;
  • beber vinho tinto com moderação

Realmente, os componentes alimentares antinflamatórios encontrados nalguns dos alimentos que listamos, como as gorduras ômega-3, protegem nosso organismo contra os possíveis danos causados ​​pela inflamação.

Ervas usadas para tratar a inflamação

Harpagophytum procumbens

garra do diabo é um potente antinflamatório

Ela é também conhecida como garra do diabo, aranha de madeira. É uma erva vem da África do Sul e está relacionada com plantas de gergelim. Uma pesquisa mostrou que ela pode ter propriedades antinflamatórias.

As raízes da garra do diabo são usadas para fazer chás e emplastros. Entretanto, para preparar o chá de garra-do-diabo, basta colocar 1 colher das raízes secas numa panela, juntamente com 1 xícara de água. Deixar ferver por 15 minutos em fogo baixo, esfriar, coar e beber 2 a 3 xícaras por dia.

Esta erva pode tratar várias condições como reumatismo, osteoartrite, artrite reumatoide, tendinite, bursite, epicondilite, dor na coluna e na região lombar e fibromialgia.

Hissopo

Geralmente esta erva é misturado com outras ervas, como alcaçuz, para o tratamento de algumas condições pulmonares, incluindo inflamação. Entretanto, os óleos essenciais de hissopo podem levar a convulsões que ameaçam a vida em animais de laboratório. Por isso é necessário ter muito cuidado ao utilizar produtos de hissopo.

Outras ervas

  • Gengibre. Você pode usar a gengibre com segurança, porque ele é usado há centenas de anos para tratar dispepsia, constipação, cólicas e outros problemas gastrointestinais, bem como dor na artrite reumatóide.
  • Açafrão. Muitas pesquisas estão analisando os possíveis efeitos benéficos da açafrão (cúrcuma) no tratamento da artrite, doença de Alzheimer e algumas outras condições inflamatórias. Além disso, a curcumina, uma substância encontrada no açafrão, está sendo investida para o tratamento de várias doenças.
  • Cannabis: contém um canabinóide chamado cannabichromene , que demonstrou ter propriedades antinflamatórias. No entanto, a cannabis não é legal em muitos lugares.

Entretanto, ter uma dieta com efeito antinflamatória pode não ser o suficiente, ou seja, você pode reforçar estes efeitos se ficar longe de alimentos que podem promover o processo inflamatório. Assim seria de grande valiar se você minimizasse co consumo de alimentos om alto teor de, por exemplo, gorduras saturadas e trans. Estes alimentos incluem carnes vermelhas, laticínios e alimentos contendo óleos parcialmente hidrogenados.

Além disso, procure consumir menos alimentos açucarados e carboidratos refinados, como arroz branco e pão. E reduzir o uso de óleos de cozinha e margarinas com alto teor de ácidos graxos ômega-6, como óleos de milho, cártamo e girassol. 

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